QUEM CONTA UM CONTO ACRESCENTA UM PONTO

A nossa biblioteca recebeu livros da coleção clássicos portugueses contados às crianças, que o Sol ofereceu.

Com esta oferta, os alunos do 2º ciclo tiveram oportunidade de consultar os livros, lê-los e participar na iniciativa «Quem conta um conto acrescenta um ponto». O objectivo era escrever um conto que desse seguimento a um dos livros da coleção.

Dos trabalhos entregues, foi selecionado um texto baseado na obra de Camilo Castelo Branco «Amor de perdição», de autoria de Mariana Andrade do 5º D.

Este foi o texto selecionado aqui na escola. Esperemos que seja o texto vencedor!

           
Os anos foram passando e os casais Daniel e Margarida e Pedro e Clara casaram. Contudo, o relacionamento entre eles não era saudável, uma vez que os dois irmãos não se entendiam e também não gostavam que as suas esposas se relacionassem.

Após alguns meses de casamento, Daniel e Margarida tiveram uma filha a quem deram o nome de Rita e um ano mais tarde Pedro e Clara também tiveram uma filha a quem chamaram Sofia.

 As meninas foram crescendo e, apesar de serem primas, não tinham grande convivência, devido ao facto de os pais não se falarem.

Algum tempo depois, chegou a altura de irem para a escola primária. Frequentavam a mesma escola e a mesma sala de aula mas, tal como os pais, não se davam muito bem e estavam constantemente a discutir.

Um dia, quando Rita ia para a escola disse à mãe:

-Mãe, a Sofia está sempre a implicar comigo e está sempre a dizer segredos às nossas colegas sobre mim. Estou farta dela!

- Filha, tenta conversar com ela, para ouvires da sua boca o que te tem a dizer. Não deixes que os problemas dos adultos vos influenciem.

Rita tentou abordar a prima, por diversas vezes, mas ela não a quis ouvir.

Um dia, Sofia estava, em cima de um muro, a fazer troça da prima e caiu. Imediatamente foi levada para o hospital, onde permaneceu vários dias, com um diagnóstico reservado. Foram feitos vários exames a Sofia, pois apesar de não ter nenhuma lesão visível, as suas análises anunciavam uma grave infecção. Quando vieram os resultados dos exames, todos ficaram em choque. Na verdade, Sofia estava com leucemia. Imediatamente, começaram numa luta contra o tempo para encontrarem um dador de medula, mas não aparecia nenhum compatível; a única hipótese era a família.

Sem hesitar, o pai de Sofia, o Pedro, foi falar com o irmão e disse-lhe:

-          Daniel, apesar de todo o ódio que me tens, tens de ajuda a minha filha,

ela precisa de um transplante de medula e talvez a Rita a possa ajudar. Por favor, ajuda a minha filha, caso contrário ela morre.

- Pedro, eu não te odeio e, apesar de tudo o que aconteceu entre nós, continuas a ser o meu irmão e eu gosto muito de ti. E, por mim, a Rita pode ir fazer os testes, mas ela é quem decide se quer ajudar a prima ou não. -  proferiu o Daniel.

Daniel imediatamente foi falar com a sua filha que sem hesitar, disse:

- Mas claro que quero ajudar a minha prima! Quando é que posso fazer os testes? 

No dia seguinte, Rita fez os testes e alguns dias mais tarde, e para contentamento de todos, os testes revelaram compatibilidade e foi feito, com sucesso, o transplante de medula.

Quando Sofia acordou da operação pediu à mãe para chamar a prima, pois queria falar com ela.

Rita foi ter com a prima, as duas tiveram uma longa conversa e pediram desculpa uma à outra. Sofia confessou à prima que a tratava mal, pois tinha receio que o pai ralhasse com ela, se elas fossem amigas.

À semelhança das duas crianças, também os adultos fizeram as pazes e quando Sofia saiu do hospital, fizeram-lhe uma festa, onde os pais reuniram toda a família entre os quais o Srº. Reitor, os tios, a prima e o avô.

Foi uma festa maravilhosa onde reinou a alegria, a amizade e a união.

E.B. 2/3 Dr. José Pereira Tavares

Gabriela Duarte nº7

5ºB