Há muito tempo que eu queria fazer voluntariado. Algo que me marcasse a mim e a que ia ajudar. A ideia surgiu e foi o apoio e a companhia do meu marido, que fez com que avançasse com a ideia.
Passei algumas horas frente ao computador, fiz algumas pesquisas no sentido de encontrar o nome de algumas instituições que tivessem como objectivo a oferta de uma ceia de Natal aos sem abrigo, mas com pouco sucesso, pois os endereços estavam desactualizados. Estava quase a desistir e a convencer-me que passaria a minha consoada em casa, fiz a última chamada que fez a diferença!
No dia 24 de Dezembro, no Porto, pelas 17h, estávamos na instituição “Coração da Cidade”, edifício antigo de 3 pisos, cheio de gente muito atarefada! O trabalho estava adiantado, os voluntários eram muitos e estavam sempre a chegar. Pensámos ir embora, pensando regressar noutro dia de mais necessidade. Neste momento, pediram a presença dos voluntários desocupados, junto do local onde iria decorrer a ceia. O espaço era enorme (salão), havia um presépio gigante, mesas e espaços decorados, doces da época, e foi feita a distribuição de tarefas/responsabilidade, pelos cerca de 100 voluntários.
Fiquei a servir á mesa e o meu marido o vinho.
Pude constatar que a maioria dos sem-abrigo estavam cuidados, alegres, solidários, agradecidos, …Conversei com alguns e concluí que a grande maioria deles vive do subsídio de reinserção, são pessoas que vivem com dinheiro apenas para pagar as despesas da casa: água, luz e pouco mais.
O jantar contou com a presença de 200 pessoas e terminou por volta das 23h.Seguidamente, foi a consoada dos voluntários, que eram na sua maioria, médicos, empresários, professores. Todos nós abdicámos de estar com os nossos parentes próximos, para ajudar os outros.
Quanto a mim, foi uma experiência que voltarei a repetir. Porquê?
Senti que estava a ser útil!
Paula Ramos
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